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6 de mai. de 2014

Disfarçada de moderna, “Geração Brasil” é uma novela das sete convencional


Vibrante essa estreia de “Geração Brasil”, a nova novela das sete da Globo – deFilipe Miguez e Izabel de Oliveira, com direção de núcleo de Denise Saraceni – nesta segunda, 05/05. A direção apresentou um trabalho competente, que conferiu um ar “modernoso” à novela, que trata exatamente disso, da modernidade – tecnológica no caso. O público alvo parece ser a juventude antenada. O protagonista Jonas Marra (Murilo Benício) é um “Steve Jobs brasileiro” que enriqueceu no ramo da informática, mora no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e decide buscar um novo nerd para sua empresa. Por isso quer retornar ao Brasil, depois de anos, com a família, meio tupiniquim, meio americana.
A língua falada também mistura o inglês e o português, e – o que é bom – sem traduções na sequência. Uma palavrinha aqui e outra ali que em nada compromete o entendimento. O sotaque americano forçado de Cláudia Abreu pode soar over, mas, se considerarmos que sua personagem (Pamela Parker) é toda over, exagerada, tons acima, está condizente – o que até lembra sua Chayene em “Cheias de Charme“. Hilária a sequência que mostrou Pamela Parker em um antigo seriado futurístico da TV americana.

A apresentação dos personagens com os nomes creditados na tela combinou com a proposta da novela, bem como todos os efeitos visuais e a câmera rápida e nervosa em algumas sequências. A trilha sonora é eclética. As locações vão da Califórnia ao Recife, passando pelo Rio de Janeiro. E São Paulo é até citada no funk da abertura. “Geração Brasil” é globalizada e de grande apelo popular. A abordagem ao universo das celebridades remeteu a “Sangue Bom” e “Celebridade”. Só eu lembrei de “Vale Tudo” quando a abertura termina pixelizada com o logo da novela?
É cedo ainda para destacar o elenco, mas parece que Cláudia Abreu e Luís Miranda vão dar o que falar. Luís Miranda faz o papel de uma mulher, Dorothy Benson, mãe do guru interpretado por Lázaro Ramos – que (assim como Miranda e Cláudia) tem um figurino extravagante. As caracterizações estão todas ótimas, desde aquelas dos núcleos “kitsh” até nos mais simples.
Os mesmo autores de “Cheias de Charme” – como anunciava as chamadas de estreia – apostam na pegada jovem e moderna do trabalho anterior. “Geração Brasil”, diferente da novela que terminou sexta passada (“Além do Horizonte”) tem cara de novela das sete e trilha o conhecido, o que já foi testado e funcionou. Nenhum risco ou grande ousadia. Nem mesmo uma história de amor central foi apresentada nesta estreia. Resta saber se todos os públicos se ligarão na novela – não apenas o “jovem antenado”, o que havia trocado a telenovela pelas outras mídias tecnológicas.

Fonte: Blog do Nilson Xavier

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