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17 de mai. de 2011

‘Tapas & beijos’ cresce.

É um prazer acompanhar um programa de televisão que vai avançando, semana a semana, em direção ao ajuste fino. Falo de “Tapas & beijos”, série de Cláudio Paiva dirigida por Maurício Farias. Não que a produção tenha começado mal, bem longe disso. Mas agora, passado cerca de um mês da estreia, dá para notar a acomodação dos atores nos seus personagens e um resultado final mais orgânico.
Fernanda Torres e Andréa Beltrão conseguiram dar a volta em outras duplas marcantes da televisão de que fizeram parte. No episódio desta semana, Fernanda mostrou que a Vani de “Os normais” ficou definitivamente para trás. Andréa já não é lembrada pela Marilda de “A grande família” (e parceira de Marieta Severo, a Nenê): as vendedoras da loja de artigos de noivas estão bem-construídas, convincentes, totalmente donas da história. São as maiores atrizes desta geração — esta lista, para ser justa, precisa incluir ainda Débora Bloch — e, como se não bastasse, todo o elenco é excelente. Vladimir Brichta aprendeu muito com “Separação!?” e nenhum degrau o separa mais do primeiro time de atores que fazem comédia. Otávio Müller, Flávio Migliaccio, Fernanda de Freitas, Kiko Mascarenhas e Érico Brás também são ótimos.
“Tapas & beijos” faz rir bastante, mas emana também, ao fundo e em regime permanente, uma certa melancolia que garante sua densidade.
É bom saber que a série ficará no ar até o fim do ano. O sistema de temporadas pode ser uma boa ideia, mas, da maneira como está sendo aplicado, precisa ser repensado. “Divã”, por exemplo, mal começou e já vai acabar.

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